A Jessica está só começando

A Jessica está só começando

Voltei com a perspectiva voraz de consumidora de séries que sou. A de hoje: Jessica Jones!

Ainda não acabei com a Jéssica, devo admitir, mas a questão é que estou encantada com o realismo e as questões complexas trazidas na mais nova parceria entre Marvel e Netflix. Então, como não acabei ainda – pois esta vou ter de saborear mais lentamente – não vou contar tudo; mas vou explorar os valores que a série traz, incômodos, coisas que faz arte ser arte.

Primeiramente, a figura do anti-herói. A Jessica Jones é uma anti-heroína que talvez já tenha sonhado em ser “super girl”, mas hoje muito mais do que salvar a si mesma, quer ferrar com o vilão Kilgrave ultra bem interpretado pelo lindo David Tennant. E cá pra nós eu sempre achei o herói meio chato, porque eles nunca me convencem, não me incomodam, não me atiçam nem provocam. Os anti-heróis arrotam, bebem, roubam são mais reais e as suas causas mais convincentes, e além de tudo isso a Jessica tem um perfil bem violento e pouquíssima paciência.

Outro incômodo causado é a visão sexual da série. Até agora, os diretores afastaram muito a visão do sexo que geralmente é vivido por personagens femininos. O sexo consensual entre a protagonista e o personagem Luke tá longe de parecer uma cena romântica e totalmente agradável. O que vem sendo apresentado é o sexo em sua forma natural, o que nem sempre é classificado como belo. Contrariando muito as produções de cenas mais picantes americanas Jessica Jones traz sexo inter-racial discute isso em cena. Fantástico! Realmente bárbaro!

Por último, e o que mais me faz pensar é a relação amor e ódio que anti-heroína tem com Kilgrave; o que acaba resultando no que a Jéssica é. Manipulador: esta palavra é a que consegue melhor descrever Kilgrave, cujo poder da palavra faz com que qualquer pessoa faça o que ele deseja (acho que dentro desta ideia cabe outro post). Ele é um homem lindo, bem vestido que pela aparência já manipularia muita gente, mas tem esse poder incrível que ainda assombra a minha mais nova queridinha JJ. E isso na série me deixa pensando como a manipulação é destrutiva, muito mais até do que uma super força (manipulação existe/ super força não).

Enfim, minha humilde opinião é que Jessica Jones é uma produção pop que tem personagens muito bem traçados, com perfis psicológicos complexos e diversas questões que inspiram discussões bacanas. Vale a pena ver… Se tiver com uma preguicinha, maratona aí vai!

 





About the author

Daiane Monteiro
Daiane Monteiro

Daiane Monteiro, carioquíssima; cosmopolita; apaixonada por arte; principalmente literatura, música e cinema. Uma observadora distraída para o óbvio e muito atenta ao inesperado! Pelo universo em que estamos é que me interesso... Aprender e ensinar é minha sina... Nossa sina!

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *